pobreza menstrual

Bolsonaro veta distribuição gratuita de absorventes a estudantes e pessoas pobres

Maurício Araujo

Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que uma em cada quatro meninas vive em situação de pobreza menstrual. O assunto cada vez mais ganha repercussão devido à relevância do tema. Distribuir gratuitamente absorventes em escolas públicas seria uma política necessária para a promoção da saúde e da higiene de milhões de mulheres. Ontem, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro, vetou a distribuição gratuita do item com a justificativa de que o projeto não indicou fonte de recursos orçamentários - a proposta já tinha sido aprovado na Câmara e no Senado.

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O projeto busca atingir estudantes de baixa renda de escolas públicas, mulheres em situação de rua ou em vulnerabilidade e presidiárias.

Em seu argumento, Bolsonaro destaca que absorventes não constam na lista de medicamentos considerados essenciais e que o projeto não atendia ao princípio de universalidade do Sistema Único de Saúde, pois estipulava beneficiárias específicas. O presidente, dessa forma, por avaliar que o projeto não atenderia a todas, preferiu por nenhuma, mesmo sabendo que quem mais sente os efeitos da pobreza menstrual são mulheres pobres e vulneráveis socialmente.

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Agora, cabe ao Congresso Nacional, em até 30 dias, revogar o veto do presidente ou, o que seria um retrocesso, mantê-lo.

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REPERCUSSÃO
No dia 25 de setembro, o Diário publicou a reportagem "A mulheres e meninas, direitos básicos, respeito e mais informação". Na edição, a repórter especial Pâmela Rubin Matge explicou didaticamente sobre o que é pobreza menstrual e como a falta de uma política pública adequada interfere e afeta a vida de milhares de meninas e mulheres. Por meio de uma rede social, a deputada estadual Luciana Genro (PSol) elogiou a reportagem, e citou que já apresentou dois projetos de lei para combater este problema no Rio Grande do Sul. 

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